12 novembro 2009

30 Vela, no singular mesmo

Achei que o dia do seu aniversário era uma boa data de começarmos com isso. Doze de novembro. Um dia sem graça. Um mês depois do dia de Nossa Senhora Aparecida, minha padroeira, e dois após o aniversário do Seo Ademir, meu pai.
A história começa sábado passado, quando o Bat entrou no campo aconteceu o inevitável. A pergunta veio na minha cabeça: “há quanto tempo, a gente não consegue ter o prazer de jogar bola junto”.
Tá certo, nunca fomos do nível dele. Mas também estávamos longe de não sermos escolhidos para os dois primeiros times, e assim ficar para na incômoda situação de o primeiro próximo, posto sempre ocupado pelo saudoso Zé Asa.
Difícil entender quando as coisas começam, ganham velocidade, chegam ao auge, diminuem, até ficarem quase paradas. E voltam de novo, correm, atingem o topo...
Apesar da quadra ser o ponto alto, tudo se deve ao palco. Pelo menos é o que diz minha péssima memória. Não fostes tu o protagonista, o dono da porca; e eu o santo mudo, não teria a mesma força.
Sob o comando das três irmãs, aprendemos juntos a brincar de fantasia. De se comunicar sem palavras e brincar com o improviso. De estar pronto para o erro, em estado de alerta para superar o esquecimento, e doido de vontade de fazer graça.
Parece bobagem. Mas quando ouço você dizer que sabe como jogo, é porque conhece minha forma de pensar. Entende o que eu digo, mesmo sem pronunciar uma palavra. E sabe como funciona meu improviso.
O palco é tão importante quanto o campo. É ali, vestido e fantasiado como nos nossos sonhos, que conseguimos sair do nosso papel, da nossa vida. Para estar por poucos momentos em lugares que nunca chegaríamos no dia-a-dia.