Meu amigo liga, quer conselhos sobre uma nova paquera. Conta que teve um lance sensacional com ela. Dois dias de carinho, amor e todos os mais picantes detalhes, que não me permito tornar público.
Filho da garoa e neto da gandaia, ele parecia disposto a largar a mal falada família para se entregar ao novo amor. Fez tudo como manda o figurino. Ligou e escreveu à nova amada. E avisou aos amigos que estava em viés de alta, tal como a CELIC.
As ligações, para sua nobre surpresa, não foram sequer atendidas. Azar, pensou ele. Tentou os recursos digitais, email, Orkut e mais um monte de coisas que, com minha ignorância nesse sentido, não sei explicar.
Não houve, mais uma vez, nenhuma evolução no contato direto.
Já desolado, ela teve a impressão de ter a visto na rua. Encheu o peito de coragem e pumba: escreveu de novo, via mensagem de celular. Era o dia de sorte do meu bom amigo. Cinco minutos depois, mensagem respondida.
Ele fez a tréplica, tal como um político nos debates eleitorais. E era mesmo a lua dele. Mais rápida ainda a resposta voltou. Era a hora da cartada final.
A mensagem dele era simples, queria ligar para ela e parar de mandar mensagem, que ele diz detestar fazer.
Foi seu erro.
Ficou sem resposta. Tentou ligar, não foi atendido. Desolado.
Ligou para sua mãe e avó. Horas depois estava de novo, sob a saia da garoa, de mão dada com a gandaia, de onde, agora ele parece saber, nunca deveria ter saído.
2 comentários:
Ah... Não desencoraje boas tentativas de evolução por conta de uma simples frustração. Acontece! Deixa ele tentar de novo, vai... risos
Que coisa, mas isso sempre me acontece. E quando conto pra alguém que não tô afim de namorar, logo vem a resposta - mais rápida que a msg do celular da moça - homem é mesmo tudo igual. Pergunto: será?
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