08 agosto 2009

Doce companhia

As poucas mulheres que passaram uma noite comigo, sempre disseram que sou bom de cama. Não, calma. Isso não faz nenhuma menção com meu modesto desempenho sexual. A afirmação tem relação direta com a absurda facilidade que tenho de dormir.

Basta apenas eu dizer o bom e velho “boa noite”, e fechar os olhos. Poucos segundos separam as derradeira frase, da tremida que anuncia minha estada nos braços de Orfeu.

Sou melhor ainda quando entro no avião. Se durmo pouco na noite anterior, então, ninguém me segura. Antes mesmo de levantar vôo, eu já estou em alfa. Raras vezes, percebo o decolar.

Pois bem. Foram pouco menos de três horas de repouso entre o delicioso show da Banda Glória e o despertar para o trabalho do sábado cedo. Mais três voltas do ponteiro e o almoço, depois direto para o aeroporto.

O trecho que divide as capitais paulista e carioca demora pouco mais de meia hora. Tem mais aquele tempo até levantar asas, daria uns cinqüenta minutos de sono...

Daria...

Ao ver que ao lado minha poltrona encontrava-se uma linda menina de sete anos com a perna quebrada, percebi que meus planos corriam sério risco. Antonia, galega como a Maria e o Heitor, voltava do Chile e me ganhou de cara.

Foram cinqüenta deliciosos minutos de vôo. A história de como quebrou o fêmur quando esquiava. A vida em Petrópolis, a casa de praia e Angra, as duas semanas a mais de férias pela gripe, suína, tudo..

Inteligência, simpatia e ingenuidade impressionantes. Um sorriso lindo, uma altivez cativante..

Não dormi, mas descansei como se tivesse hibernado por anos...

Um comentário:

Lu disse...

Gui,
Seu jeito com as crianças é encantador. Com certeza, ela deve ter adorado a sua companhia.