14 setembro 2007

Coitado do Jacaré

Contar histórias é uma arte. Um dom como pintura, canto e outros. Uma qualidade que nasce com as pessoas. E que pode ser aprimorada com passar dos anos, com a experiência da vida.
Nascido sob o domínio dos contadores de histórias, eu não sei ao certo quantos anos ele tem. Parece ter vários. Os cabelos brancos e anos de estrada evidenciam já ter passado seis décadas, pelo menos.
Como o vinho, ele fica melhor a cada dia. Assim como a cachaça, ele é cara de um país distante. Caipira, sim. Como somos todos nós, ou pelo menos nossa essência. Com sua voz rouca, conta causos de uma história que deixamos para trás.
As histórias do nosso folclore precisam ser contadas. Nada de Dia das Bruxas, Abóboras, Lendas Urbanas ou coisa do gênero.
Cresci com medo da Cuca, apaixonado pela Narizinho. Sonhando em ser Pedrinho. Com desejo de comer os doces da vovó e morrendo de vontade de brincar no sítio.
E isso que faz meu amigo. Conta histórias da nossa gente. Histórias que escreveram nossa história, que educaram nossa gente.
Nada contra Harry Potter, mas meu bruxo era um jacaré.

Nenhum comentário: