22 setembro 2007

Modernidade

A modernidade é algo implacável. É impossível ficarmos a margem dela, pelo menos em grandes cidades. O problema disso é que o resultado (principalmente no Brasil onde nada é planejado) vem de forma atropelada e acaba por vezes matando parte da nossa essência.
Uma das principais vítimas do crescimento e da modernidade são os campos de futebol. Sabe aquele pedacinho de terra, que era quase um terreno sem dono e que o pessoal se juntava para jogar bola?
Morreu.
Aqui perto de casa tinha um. Numa esquina. Alguém assinou e transformou nosso campinho em umas três ou quatro casas. Vendeu. Fez dinheiro.
O segundo mais próximo tinha o nome de Beira-Rio, por razões óbvias. Tínhamos um time lá. Treinávamos uma vez por semana pelo menos.
Esse foi repartido em dois, e vendido também.
Vieram então as quadras de grama artificial. O lazer pago, sinal claro da modernidade. Não tinha mais campo sem dono. A diversão agora dependia de cinco reais de cada jogador por dia.
Porém no mundo em que o rendimento é medido por metro quadrado, os homens de negócio começaram a ver que nesse aspecto o futebol pago não dá grande retorno se comparado com outros investimentos.
Nesses dias, duas quadras desse novo modelo foram fechadas aqui perto de casa.
Não, elas não viviam vazias. Muito pelo contrário. Crianças de uma escolinha durante a manhã e à tarde. Á noite, grupos de amigos. Tudo pago.
O problema é que o terreno é grande. Bem localizado. Vão fazer um prédio. Bem mais lucrativo para o dono espaço.
E bem mais chato para nós.

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