13 setembro 2007

Eu também fui absolvido

Até pensei em escrever para xingar os políticos e dizer que nosso país não tem mais jeito, mas acabei por lembrar que eu também já fui absolvido injustamente.
Era Primeiro de Ano. Tradicional festa da minha família enquanto seo Joca foi vivo. Coisa para mais de 100 pessoas, que passavam o dia ao sabor de churrasco, saladas, arroz. A sobremesa eram as jabuticabas que pegávamos no último pé do pomar.
Para o lazer tinha sinuca, jogada no andar de cima e sempre em confronto de duplas. No andar de baixo, bingo e amigo secreto. Para as crianças jogo e competições.
E foi justamente aí que me livrei de uma pena dura.
Era uma prova de corrida. Saímos da entrada do pomar e íamos até o portão da frente. Batíamos a mão e fazíamos o sentido contrário. Quem chegar primeiro, ganha.
Eu estava na frente na bateria dos meninos com mais ou menos a minha idade. Tinha tudo para ganhar, até que um primo veio mais veloz que o pensamento. Faltavam poucos metros para a linha de chegada. Mas o menino era rápido demais. Percebi que não conseguiria vencer e fiz um golpe sujo.
Abri os braços, como se fosse comemorar a vitória. Sorrateiramente, acertei a barriga do meu oponente que nada pode fazer, caiu. Retorcia-se de dores.
Venci, sob os olhares ferozes dos pais do meu pequeno primo. Os dois vieram de dedo em riste me acusar de fraudar as regras. Fiz como Renan Calheiros. Mas no lugar de notas ficais frias, disse que não o vi e que só abri os braços para comemorar a vitória.
Meus outros primos e tios concordaram comigo e me absolveram num placar bem menos apertado que 35 x 40 de ontem. Em seção aberta, eles livraram um pequeno criminoso.
E nem precisei de abstenção do Mercadante e nem dá boca de urna da Ideli...

2 comentários:

Camilinha disse...

Tudo bem que foi um pequeno desvio, mas você aprendeu a lição, né?
Eu duvido que o Renan ou qualquer outro monstro do nosso Senado/Câmara tenha aprendido...
Já dizia Renato Russo: que país é esse???

Conrado Giulietti disse...

Sensacional. Como escrevi recentemente, o que lá sucede, nada mais é que o reflexo de cá.
Abraço meu amigo!