11 setembro 2007

O Pacto, Parte 2

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Ainda faltava um integrante para que o Pacto ficasse completo. Assim como os meus, os fios do rapaz não clarearam o suficiente para ser chamado de loiro. Entretanto aquela cor era bem mais suave do que um castanho claro. Um tom sem definição, mas muito feio.
O medo de que a maldição nos pegasse, fez com ele enfim cumprisse o pacto. Passados mais de 3650 dias, ele tentou algo mais forte. Mais incisivo do que potes de água oxigenada comprados em farmácia.
Recorreu então aos serviços de um profissional.
Segundo este feiticeiro das tinturas capilares e mestre na arte de descolorir fios resistentes, a saída mais “up” seriam umas luzes. Um tipo de tratamento que só deixam loiros alguns fios, conservando a maioria na cor original.
Meu amigo sentiu medo de ser vaiado ou ficar com cara de viado.
Porém, o dia marcado para que a terrível maldição caísse sobre nossas cabeças se aproximava.
Por um momento ele pensou em não pintar os cabelos e esperar pelo pior. Afinal ele não tem filhos e nunca a vida lhe deu uma dona.
Mas foi lá. Respirou fundo e deixou que o arco-íris tomasse conta.
O resultado foi espantoso. Meu amigo, que já não era bonito, ficara horrível. Ridículo para ser mais exato.
Ao entrar no carro, queria fugir. Sumir, desaparecer.
Pegou algumas moedas, estendeu a mão e entregou ao flanelinha.
Na sabedoria das ruas e talvez abençoado pelos deuses, foi o rapaz que olhava carro quem nos salvou da maldição.

- Valeu alemão. Bom final de semana para você.

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