30 agosto 2007

Roteirista

Hoje cedo encontrei com uma amiga no MSN. Ela nunca entra pela manhã. Achei estranho e resolvi puxar conversa:

- Oi sua sem-vergonha - disse eu
- Olá, sua tralha, como está? – respondeu ela
Porém, antes mesmo da minha réplica.
- Você ficou sabendo do acidente do meu irmão?
- Não, o que aconteceu?, respondi com alguma preocupação
- Ele bateu o carro na estrada, vindo para cá.
Meu pensamento já viajou. Batida de carro em rodovia nunca é coisa leve, sempre dá merda.
- Um caminhão estava no sentido contrário, perdeu o controle, invadiu a pista e pegou o carro do meu irmão
Cassete. Agora deu frio na barriga. Conheço as estradas por lá, sei que são em sua maioria em pista que vem e outra que volta.
Ela não escreve mais nada. Eu mando uns dois pedidos de atenção, mas minha cabeça já está imaginando como eu poderia fazer para ir até Uberaba ver meu amigo. Imagino o desespero do pessoal.
- Mas e aí? – pergunto eu.
- Ele está no hospital
Tomo coragem
- Cassete, mas ele está bem, corre risco?
- Não, quebrou o braço e fêmur, este segundo fratura exposta.
Putz, que alívio. Por dois minutos, já estava procurando minha roupa preta, completamente desesperado achando que ele tinha ido dessa para uma melhor (dessa vez usando o ditado no sentido literal).
Mas pensa bem. Não foi exagero meu. Essa minha amiga deveria ser roteirista de cinema. Não era mais fácil ela dizer: Olha meu irmão sofreu um acidente, mas está tudo bem com ele... e depois dar os detalhes do fato ocorrido?
Essas fraturas dele são bem chatas, pelo pouco que sei. Uma grande amiga minha sofre umas num acidente de carro e ainda hoje, meses depois, não está completamente recuperada.
Mas, ao final do papo, eu já estava achando um baita lucro ele só ter quebrado o braço e o fêmur, que é o maior osso do corpo e chato para caramba de voltar ao normal. Culpa da querida amiga e seu jeito de contar as coisas.

Um comentário:

Camilinha disse...

Pois é, Guigão!
O bom desta vida é que, se pelo menos estamos vivos, tudo passa.
Até uva passa... brincadeirinha...
Mas eu tô aqui pra dar testemunho de vitória e dizer que, apesar de todo do sofrimento, fiquei muito rica por dentro, aprendi demais, e sempre que olho para a cicatriz no meu braço, tento conservar os ensinamentos daquela fase + difícil e da que estou enfrentando hoje.
Viver é bom demais e nada, simplesmente nada, pode estragar essa nossa festa no mundão de meu Deus!
Beijo grande!